sexta-feira, 7 de junho de 2013

O dia do BRINCAR




No dia internacional do brincar, logo pela manhã, recebo nosso aluno Maycon (turma 1201), um menino mais do que especial... com esta maravilha! Um carrinho feito no dia anterior, pelo próprio, com materiais que tinha em casa.


Foi motivo de grande alegria! Vimos o Maycon rodeado por crianças inclusive de outras turmas, querendo ver e pegar o brinquedo. Maycon contou o passo a passo para os colegas e logo arrumou material pois queria fazer um outro para seu irmão, Matheus (1101).


O que observamos de mais importante é que este é um brinquedo BRINCADO, pois as rodinhas feitas de tampinhas de garrafa PET denunciavam um pouco de terra grudada. E, assim, como a terra nosso aluno não desgrudou de seu invento. 




O texto a seguir, de Rubem Alves, foi selecionado para não nos esquecermos do prazer, do ensinar e do aprender... da beleza de sermos únicos e singulares:

"Se fosse ensinar a uma criança a arte da jardinagem, não começaria com as lições das pás, enxadas e tesouras de podar. Levaria a passear por parques e jardins, mostraria flores e árvores, falaria sobre suas maravilhosas simetrias e perfumes; levaria a livrarias, para que ela visse, nos livros de arte, jardins de outras partes do mundo. Aí, seduzida pela beleza dos jardins, ela me pediria para ensinar-lhe as lições das pás, enxadas e tesouras de podar.
Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical.

A experiência da beleza tem de vir antes.

Se fosse ensinar a uma criança a arte da leitura não começaria com as letras e as sílabas. Simplesmente leria as histórias mais fascinantes que a fariam entrar no mundo encantado da fantasia.

Aí então, com inveja dos meus poderes mágicos, ela quereria que eu lhe ensinasse o segredo que transforma letras e sílabas em histórias. É assim. É muito simples."


(Rubem Alves é educador.)


Texto: Profª Ludmila Pinheiro